Duas advogadas são presas no Ceará por golpes em idosos que causaram prejuízos de mais de R$ 5 milhões

  • 22/07/2025
(Foto: Reprodução)
Operação cumpre mandados no Ceará e outros 4 estados por golpes em idosos Duas advogadas e o marido de uma delas foram presos na manhã desta terça-feira (22), em Fortaleza, por suspeita de envolvimento em golpes que lesaram mais de 200 idosos e causaram prejuízos de mais de R$ 5 milhões. ✅ Siga o canal do g1 Ceará no WhatsApp A ação faz parte da Operação “Entre Lobos”, do Ministério Público de Santa Catarina, que visa desarticular uma organização criminosa que montou esquema interestadual de estelionato contra idosos. Ao todo, foram cumpridos 13 mandados de prisão e de 35 de busca e apreensão em Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul, Bahia e Alagoas. Conforme o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do MPCE, que deu apoio a operação, na capital cearense, além das três prisões, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em três escritórios de advocacia e duas empresas. Também foi determinada a apreensão de 25 veículos e o bloqueio bancário de até R$ 32 milhões dos investigados. Até o momento foram identificadas cerca de 215 vítimas do esquema criminoso, porém há uma estimativa de que mais de mil pessoas tenham sido lesadas, conforme o MPSC. A investigação foi iniciada há quase um ano a partir de denúncias que apontavam a exploração financeira de vítimas por meio de cessões de crédito judicial. Como funcionava o esquema Gaeco detalha como funcionava o esquema da operação Entre Lobos MPSC/Reprodução Segundo o Ministério Público, as vítimas, predominantemente idosos e aposentados, eram abordadas pela organização criminosa em suas residências ou por outros meios, oferecendo a propositura de ações revisionais de contratos bancários. Após a proposta de renegociação dessas ações, muitas vezes sem o devido conhecimento dos clientes e sem qualquer informação sobre o processo, as vítimas eram induzidas em erro e enganadas a assinar contratos de cessão dos valores de direitos judiciais, resultantes das ações propostas, às empresas de fachada que integravam a organização criminosa. A apuração também apontou a captação de clientes via internet, com o uso do Instituto de Defesa do Aposentado e Pensionista (IDAP), uma fachada institucional para direcionar as vítimas ao esquema fraudulento. As pessoas entravam no site e assinavam os documentos necessários para a organização criminosa ajuizar a ação. O site do IDAP é exposto em âmbito nacional para atrair aposentados, pretensas vítimas da organização. "As cessões de crédito eram firmadas por valores significativamente abaixo dos montantes reais a receber nas ações judiciais. A análise dos dados coletados durante a investigação revela a dimensão da exploração praticada contra as vítimas, com idade média de 69 anos. As vítimas eram levadas por integrantes do grupo a cartórios para reconhecimento de firma, visando dar aparência de credibilidade à negociata espúria", disse o MP. Empresas de fachada Operação “Entre Lobos”, do MPSC, prendeu duas advogadas de Fortaleza por suspeita golpes em idosos. MPSC/ Divulgação As investigações demonstraram ainda que os contratos de cessão eram assinados em nome das empresas de fachada Ativa Precatórios, da cidade de Pinhalzinho (SC), e da BrasilMais Precatórios, com sede em Fortaleza. Porém, os alvarás eram todos expedidos em nome do escritório de advocacia da pessoa que a investigação apontou como chefe da organização criminosa. Depois, os valores eram, em parte, transferidos para as empresas e/ou rateados entre os integrantes do grupo criminoso. Segundo as apurações, por meio da empresa de fachada Ativa Precatórios foram liberados pela Justiça um total de R$ 924.479,10, mas pagos às vítimas apenas R$ 91.600,00, representando uma taxa de pagamento de apenas 9,91% do valor real devido, uma apropriação indevida de R$ 832.879,10. Já por meio da BrasilMais Precatórios foram liberados valores ainda mais alarmantes: de R$ 5.106.773,12 liberados pela Justiça, as vítimas receberam somente R$ 503.750,00, resultando em uma taxa de pagamento de apenas 9,86% do valor devido, uma apropriação de R$ 4.603.023,12. Somando as duas empresas, o valor total adquirido pela organização criminosa e liberado pela Justiça foi de mais de R$ 6 milhões, porém os idosos explorados pelo esquema receberam menos de 10% do valor que lhes era devido por direito. "A investigação aponta que o esquema estaria utilizando as empresas de fachada para aquisição de créditos judiciais e como instrumento para formalizar as cessões fraudulentas e, ao mesmo tempo, com método para distanciar os criminosos que extrapolavam a função de advogado das reclamações e questionamentos das vítimas. Como as empresas de fachada eram as novas detentoras dos créditos judiciais, quaisquer esclarecimentos ou questionamentos financeiros eram direcionados a elas, fato que, sob a aparência de legalidade e boa-fé, denuncia o complexo emaranhado criado pela organização criminosa e sofisticação dos golpes", informou o órgão. Durante a investigação foram identificadas planilhas de controle financeiro detalhando a divisão de lucros, comissões pagas, investimentos e despesas, revelando a partilha de proveitos ilícitos entre os envolvidos. Também foram coletados registros de procurações e substabelecimentos que indicam a transferência de poderes de representação entre os criminosos que extrapolavam a função de advogado e as empresas. Abrangência dos crimes A atuação da organização criminosa se estende por no mínimo quatro estados brasileiros, com foco na captação de vítimas em regiões específicas: Santa Catarina; Ceará; Alagoas; e Rio Grande do Sul, segundo o Ministério Público. Além desses estados, o escritório investigado também declarou atuação no Paraná e planos de expansão para São Paulo e demais estados brasileiros. A Ativa Precatórios concentrou suas operações na região oeste de Santa Catarina, enquanto a BrasilMais Precatórios, sediada no Ceará, expandiu suas atividades para o Rio Grande do Sul. O IDAP, utilizado para captação de clientes, abrangeu 37 comarcas distribuídas entre Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. O Ministério Público orienta que pessoas que se identificarem como vítimas do esquema procurem a Delegacia de Polícia Civil mais próxima para registrar um boletim de ocorrência, o qual será posteriormente encaminhado ao órgão. Assista aos vídeos mais vistos do Ceará

FONTE: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2025/07/22/duas-advogadas-sao-presas-no-ceara-por-golpes-em-idosos-que-causaram-prejuizos-de-mais-de-r-5-milhoes.ghtml


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