Tarifaço de Trump: Elmano encontra Haddad para discutir medidas de apoio ao Ceará

  • 01/08/2025
(Foto: Reprodução)
Governador do Ceará encontra ministro da Fazenda para discutir tarifaço de Trump O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), se reuniu nesta sexta-feira (1º) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), para discutir os efeitos do tarifaço dos Estados Unidos nas empresas exportadoras cearenses. Os EUA são o maior parceiro comercial do Ceará. Conforme Elmano, foram apresentadas ao ministro sugestões de mecanismos que podem ajudar as empresas afetadas a manter os empregos e vender as mercadorias, sobretudo itens perecíveis, como peixes e frutas. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp O presidente Donald Trump anunciou na terça-feira (30) os produtos brasileiros que serão isentos e os que serão taxados em 50%. Os produtos de siderurgia, principal item de exportação cearense, serão poupados das taxas; enquanto o setor de pescados, um dos mais dependentes dos EUA, será taxado. Pescados são o segundo produto cearense mais vendido para os EUA José Leomar/SVM Além dos pescados, Elmano destacou a preocupação com o setor de fruticultura e cera de carnaúba. Há também a apreensão sobre a castanha de caju produzida no Ceará: o governo americano isentou o item chamado "Brazil nuts", que comumente se refere à castanha-do-pará, mas nem o setor produtivo cearense nem o governo sabem se a isenção se aplica à castanha de caju. LEIA TAMBÉM: Tarifaço de Trump: Aço será poupado, mas pescados do Ceará serão taxados Elmano estuda usar produtos do Ceará em programas sociais e equipamentos públicos Uma das propostas é que o estado e municípios possam comprar essas mercadorias dos produtores cearenses para serem usadas em programas sociais e equipamentos públicos do estado. Elmano, no entanto, destacou que a medida exigiria uma mudança na legislação. "Há setores que o estado do Ceará pode fazer a compra do produto, há outros que não há essa possibilidade. Então nós temos que analisar cada produto, cada área, para entender que mecanismo é mais eficiente", disse o governador após a reunião. De acordo com o gestor, Haddad recebeu as propostas do Ceará de "bom grado", e agora as conversas com Brasília serão conduzidas por meio da Secretaria Estadual da Fazenda e da Procuradoria-Geral do Estado. Entenda como as tarifas de Trump impactam a economia do Brasil LEIA TAMBÉM: Entenda por que o Ceará pode ser o estado mais afetado com tarifaço de Trump Taxa de 50% contra o Brasil tem longa lista com quase 700 exceções; veja quais 🔎🤔 Como as tarifas funcionam? Essencialmente, a taxação extra é aplicada diretamente no preço do produto vendido. Assim, o comprador americano, que antes adquiria um item, por exemplo, por US$ 100, passaria a pagar US$ 150. O valor, porém, tende a ser maior devido aos cálculos proporcionais. O produto taxado perde competitividade, o que pode fazer o importador americano deixar de comprar do Ceará, e as indústrias cearenses deixariam de vender para seu principal mercado, o que, por sua vez, poderia levar a demissões e cortes de gastos nas empresas. Por que a economia do Ceará é tão interligada à dos EUA? A resposta está no principal produto de exportação cearense: aço, ferro e semelhantes. “Basicamente, essa ligação está vindo das exportações da siderurgia. O Ceará exporta para os Estados Unidos produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço. Então, só essa parte é responsável por cerca de 76,5% das exportações do Ceará para os Estados Unidos”, explica o economista e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), João Mário de França. No primeiro semestre de 2025, o Ceará exportou mais de US$ 1,1 bilhão de dólares. Desse total, US$ 528 milhões foram de produtos de siderurgia, cerca de 49%. Isto é, o setor foi responsável por quase metade de tudo que o Ceará exportou de janeiro a junho deste ano. Processo de produção de placas de aço na Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no Ceará. Divulgação De janeiro a dezembro de 2024, o cenário foi parecido. Neste período, os principais produtos cearenses exportados para os EUA foram: Ferro fundido, ferro e aço (US$ 441,3 milhões); Peixes e crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos (US$ 52,8 milhões); Preparações de produtos hortícolas, de frutas ou de outras partes de plantas (US$ 37,2 milhões); Calçados, polainas e artefatos semelhantes; suas partes (US$ 36,9 milhões); Gorduras e óleos animais ou vegetais; produtos da sua dissociação; gorduras alimentares elaboradas; ceras de origem animal ou vegetal (US$ 16,7 milhões) Com 76% das exportações direcionadas para os Estados Unidos, o setor da siderurgia era um dos mais suscetíveis ao impacto das tarifas. O setor foi isento das tarifas, conforme decreto de Trump publicado na terça-feira (30). Ceará tem maior dependência, mas não é maior vendedor O Ceará é, proporcionalmente, o estado brasileiro mais dependente dos Estados Unidos para exportações. Em 2024, 44,9% dos produtos cearenses foram para lá. Em comparação, o segundo lugar, o Espírito Santo, vendeu 28,6% dos seus produtos para os EUA. Estados Unidos são os maiores compradores de produtos cearenses Thiago Gadelha/SVM O volume de vendas do Espírito Santo em 2024, por exemplo, foi maior que o volume cearense: o estado vendeu US$ 3,1 bilhões, enquanto o Ceará vendeu US$ 659 milhões. Naquele ano, participação dos EUA nas exportações do Espírito Santo foi 28,6%, abaixo dos 44,9% do Ceará. Apesar da alta proporção de vendas do Ceará para os americanos, em 2024 o estado foi apenas o décimo segundo maior exportador do Brasil para os EUA. Nesse aspecto, o estado que mais vende para os EUA é São Paulo. Em 2024, os paulistas exportaram US$ 13,6 bilhões para lá, o que corresponde a 19% dos produtos paulistas vendidos em 2024. Em meio ao imbróglio das tarifas, uma alternativa apontada tem sido a diversificação dos mercados compradores de produtos brasileiros. A ideia, embora bem-vinda pela indústria e pelo governo, exige tempo, podendo levar de meses a anos, enquanto o impacto das tarifas já pode ser sentido em semanas. Mesmo nesse movimento de diversificação de mercados, você exige um tempo, exige novos contatos. Abrir mercados não é uma coisa tão simples. Então, você tem que ter esse contato da empresa local com alguma importadora de outro país, divulgar o seu produto. Então, é possível, mas é um processo que leva tempo. Por isso que, no curto prazo, o que está sendo buscado é essa negociação com o governo americano para que haja alguma redução dessa tarifa Assista aos vídeos mais vistos do Ceará

FONTE: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2025/08/01/tarifaco-de-trump-elmano-encontra-haddad-para-discutir-medidas-de-apoio-ao-ceara.ghtml


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